Movimentar o corpo virou quase uma obrigação do século. Seja por estética, saúde ou meta de virada do ano, a atividade física entrou pra lista de tarefas diárias de muita gente e, às vezes, mais como um check do que como um ato de presença.
Mas a pergunta que fica é: você se exercita por você ou pelos outros?
Em tempos de reels com legendas motivacionais e closes no look da academia, é fácil confundir auto expressão com performance. E não estamos falando só de músculos, mas de validação. Aquele treino que só é postado quando o ângulo está bom. A aula que vale mais pela selfie no espelho. A yoga que virou mais estética do que introspecção.
E se a gente tirasse o show da equação?
O exercício pode e deve ser um gesto de cuidado. Mas um cuidado com corpo, mente e alma, não com o feed. Se mover por prazer. Por conexão. Por perceber que seu corpo está vivo e merece ser honrado, mesmo quando o ritmo é mais lento, o cabelo está preso de qualquer jeito e o top não tem nada de fashion.
Não tem nada de errado em dividir isso com o mundo. Mas tem tudo de errado quando a gente começa a treinar para os olhos dos outros, e não para os nossos próprios sentidos.
Seu exercício diário é pra você mesmo ou para manter a imagem de quem você acredita que deve ser?
Talvez a resposta mude muita coisa. Talvez ela te leve pra uma caminhada no parque sem celular, ou para uma aula nova só porque sim. Talvez ela te liberte de uma cobrança silenciosa que ninguém vê, mas que pesa mais que qualquer série de agachamento.
No fim do dia, o corpo agradece. E a alma, também.
0 Comentários